A Fisioterapia é uma profissão da saúde que se estrutura a partir das ciências da saúde, ciências sociais, humanas, da comunicação, da educação e do comportamento.
Das ciências da saúde recorre em especial à anatomia, fisiologia, bioquímica, fisiopatologia, fisiologia do exercício, física, cinesiologia (estudo do movimento), para o estudo das funções e disfunções dos órgãos e sistemas que afetam o movimento e a funcionalidade humana e para suportar as intervenções terapêuticas baseadas no movimento, no exercício físico, nos agentes físicos e na eletroterapia, entre outros.
Das ciências sociais, a sociologia, a sociologia da saúde e o estudo da organização e políticas sociais enquadra e suporta as estratégias para a promoção da participação social e otimização da funcionalidade humana.
Das ciências humanas, a antropologia e ciências com ela relacionadas, permitem compreender o desenvolvimento da humanidade, a diversidade cultural e as crenças, entre outras dimensões que permitem adequar a intervenção do fisioterapeuta ao indivíduo e aos grupos sociais em que intervém.
As ciências da comunicação permitem otimizar a relação fisioterapeuta-utente, dando suporte a uma comunicação efetiva e à produção de conteúdos audiovisuais em contexto de projetos de promoção e proteção da saúde.
As ciências da educação suportam as abordagens pedagógicas e os processos de aprendizagem para o treino do gesto motor e reaprendizagem do movimento, bem como para a produção de conteúdos pedagógicos em intervenções de promoção e proteção da saúde, fomentando a literacia em saúde.
As ciências do comportamento constituem um recurso importante para a adesão terapêutica, para a motivação, para facilitar estratégias de adaptação ao processo de saúde e doença, estratégias de resolução de problemas e capacidade adoção de comportamentos de proteção e promoção da saúde.
O foco da intervenção da Fisioterapia é o movimento e a disfunção do movimento (humano ou animal) e a sua utilização nas mais diversas atividades humanas, ao longo de todo o ciclo de vida. A intervenção pode ser dirigida à pessoa nas mais diversas condições de saúde. A intervenção comunitária e junto de grupos de pessoas assume cada vez mais relevância na promoção da saúde, seja nos locais de trabalho, nas escolas, em vários grupos populacionais ou condições de saúde, mas especialmente, em programas de proteção contra quedas, programas de promoção da mobilidade e de promoção da atividade física.
A utilização do movimento e do exercício terapêutico ou exercício clínico é a sua ferramenta principal, suportada ainda no conhecimento, domínio e utilização dos agentes físicos, da hidroterapia, crenoterapia, talassoterapia e da eletroterapia entre outros recursos que potenciam a recuperação do movimento e a redução da dor.
O fisioterapeuta forma-se e desenvolve competências para uma prática autónoma e para ser um profissional de saúde de contato direto, mas é também o recurso de referência das equipas multidisciplinares que atuam na área da reabilitação, constituindo mais de 80% dos recursos humanos das equipas de reabilitação.